As relações de trabalho em um novo tempo

Por: Íris Cavalcante
27/11/2020

Transformação. É a palavra de um novo pensar sobre um mundo em constante mutação, no qual somos convidados diariamente a revisitar nossos conceitos para não sermos engolidos pela fúria das mudanças. Um mundo onde o sentimento de coletividade surge como resposta aos individualismos e interesses pessoais.

No universo corporativo não é diferente. As empresas acompanham a curva de um contexto de mercado. Da mesma forma, os empregados precisam estar alinhados com a missão, valores e visão de futuro da empresa, sintonizados com a entrega dos serviços e a solução possível a ser dada ao cliente, entender-se como corpo de uma organização com uma identidade institucional, metas, fluxos e processos a serem cumpridos para alcançar os resultados.

As organizações encontram forças externas desfavoráveis que precisam ser enfrentadas para a própria sobrevivência no mercado, economia em recessão e todo um cenário institucionalizado de incertezas. Num país onde o contingente de desempregados atingiu 13,5 milhões segundo dados do IBGE divulgados em outubro/2020, recorde da série histórica, faz-se oportuna a reflexão sobre a condição de privilegiados dos empregados em situação formal. Em contrapartida ao grande número de pessoas capacitadas pressionando o mercado de trabalho por uma oportunidade de inserção, num cenário de desigualdades, muitas delas vivendo à margem da economia e em situação de vulnerabilidade social: efeitos devastadores do desemprego numa sociedade.

O estabelecimento de respeitos e afetos não está contido em nenhum manual corporativo, mas perpassa, naturalmente, as relações de trabalho e o compromisso individual com os propósitos da equipe. Cada ofício nosso, seja na administração, na literatura, nos serviços gerais, na linha de produção de uma fábrica ou qualquer outra atividade laboral, façamos com determinação e ânimo. Lembrando Guimarães Rosa numa passagem do seu Grande sertão: Veredas: “o que a vida quer da gente é coragem”. Coragem para aceitar o novo, romper a bolha, sair do lugar comum e ser colaborativo para o desenho de um novo tempo. O futuro é coletivo.