A NOVA DINÂMICA DEMOGRÁFICA E A INSERÇÃO LABORAL DOS IDOSOS NO CEARÁ

Por: Mardônio Costa
04/01/2019

Em face da realidade inquestionável do envelhecimento da população mundial, realidade vivenciada no Brasil e no estado do Ceará, e de que esse processo impacta sobremaneira na vida das pessoas sob inúmeros aspectos (ritmo de crescimento da economia, nível de poupança, consumo, saúde, educação, lazer e particularmente no mercado de trabalho), o Instituto de Desenvolvimento do Trabalho, em parceria com a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do estado do Ceará, disponibiliza mais um estudo sobre a realidade laboral dos idosos cearenses, intitulado A Nova Dinâmica Demográfica e a Inserção Laboral dos Idosos no Ceará.

O referido estudo, objetiva perquirir a realidade laboral dos idosos no estado do Ceará, nos anos de 2012 e 2018, com a preocupação maior de verificar os impactos do envelhecimento da população na força de trabalho e na oferta e condições de trabalho para aqueles de mais idade, mesmo porque o trabalho é fator decisivo na qualidade de vida das pessoas, mais especificamente na dos idosos.

Uma série de questões provocativas se depreende desse propósito, entre elas: averiguar a evolução da participação dos idosos na população economicamente ativa do estado, investigar até que ponto o prolongamento do tempo de permanência dos trabalhadores com mais idade criará dificuldades adicionais para os jovens, quais os setores com maiores potenciais de absorção da mão de obra mais madura, extensão da jornada semanal de trabalho, quanto ganham, dentre outras.

Como fontes de dados trabalharam-se os indicadores disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no estudo Projeções Populacionais (Revisão 2018), os dados sobre ocupação, desocupação e rendimento do trabalho da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), também do IBGE, além dos números do emprego formal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho, onde foram tomados para análise os números de admissões, desligamentos, saldos e estoques de emprego dos jovens até 24 anos e dos adultos de 50 anos ou mais de idade, segundo recortes analíticos diversos. 

Algumas constatações do estudo relatam que a população de idosos (60 anos ou mais) no Ceará era de 1,3 milhão de pessoas, no segundo trimestre de 2018, 14,6% da população estadual, com o estado ocupando a 13ª posição no ranking nacional; em 2042, a população cearense começará a diminuir e, em 2050, 20,4% de sua população terá 65 anos ou mais de idade; a força de trabalho cearense de 60 anos ou mais totalizou 256 mil idosos (6,5% da população economicamente ativa estadual) no citado trimestre, ilustrando que 19,3% dos idosos cearenses se mantinham economicamente ativos; a proporção de idosos na ocupação total do estado delineia uma trajetória de alta continuada nos últimos anos; eles usualmente detêm taxas de desemprego muito baixas; trabalhavam preferencialmente na construção civil e nos serviços, com uma jornada média semanal de 33 horas trabalhadas, e percebiam habitualmente uma remuneração média real de R$ 1.628, 60,7% do rendimento médio real do idoso brasileiro médio. 

Por fim, para conhecimento, leitura e divulgação, apresenta-se uma listagem com todos os estudos elaborados pela Coordenação de Estudos e Análises de Mercado do IDT no ano de 2018, ressaltando que todos se encontram disponibilizados no site do IDT.

  • Declínio do Desemprego no Ceará em 2017: motivações principais
  • Remuneração do Trabalho no Ceará: Evidências Recentes
  • O Mapa do Emprego no Ceará
  • O Trabalho Escravo no Ceará do Século XXI
  • Boletim Mercado de Trabalho em Foco
  • A Nova Dinâmica Demográfica e a Inserção Laboral dos Idosos no Ceará

*Por Mardônio Costa
Analista do Mercado de Trabalho do IDT