03/02/2020
Diante da moderada recuperação do mercado de trabalho nacional dos últimos três anos, refletindo o modesto crescimento da economia, o Instituo de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) elaborou o estudo intitulado “A lenta recuperação dos empregos extintos na crise: a realidade cearense” com o objetivo maior de aferir em que medida ocorreu, no triênio 2017/2019, a reposição dos empregos com registro em carteira extintos nos anos de 2015 e 2016. O estudo traz análises desagregadas nas esferas nacional, regional e, especialmente, para o estado do Ceará, com avaliações pormenorizadas, buscando, inclusive, qualificar o desempenho do estado diante das realidades nacional e nordestina, além de paralelos com os demais estados da região.
Para tanto, foram analisados os números do emprego com carteira assinada disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia referentes aos anos de 2015 a 2019 (até novembro), os quais foram subdivididos em dois subperíodos para fins de comparação: o biênio 2015/2016 (anos de crise econômica) e o triênio 2017/2019 (anos de discreto crescimento).
O estudo revela que o mercado de trabalho nacional só conseguiu repor 50,68% dos empregos extintos e, no Nordeste, região detentora da menor taxa de reposição, somente 35,98% foram recuperados, significando déficits da ordem de 1,4 milhão e 317,4 mil empregos, respectivamente.
Nesse contexto, o estado do Ceará parece estar em uma situação relativamente confortável, na medida em que conseguiu recuperar 48,38% dos empregos extintos em 2015/2016, taxa similar à média nacional, tendo superado em 12,40 pontos percentuais a taxa do Nordeste, muito próximo ao nível de reposição da Bahia (49,62%), ressaltando-se ainda que o Ceará deteve a quarta maior taxa de reposição do emprego entre os estados nordestinos.
Ainda assim, o estudo apontou um déficit estadual de 36,8 mil empregos com carteira assinada, muito concentrado na região metropolitana de Fortaleza, que repos apenas ¼ dos empregos perdidos. Já o Interior do estado mostrou uma situação bem mais favorável, posto que, além de recuperar todos os empregos subtraídos em 2015/2016, gerou um adicional de 9,1 mil empregos formais no triênio 2017/2019.